Reflexões sobre docência, processo de ensino-aprendizagem, políticas educacionais e pesquisas em educação
Palavras-chave:
educação, neoliberalismo, pesquisaResumo
Historicamente, a educação, enquanto processo de socialização das novas gerações, é influenciada pelo modelo de sociedade vigente em uma determinada época. Na Grécia Clássica, a chamada “educação ateniense” esteve vinculada à formação integral dos indivíduos, ou seja, tendo como princípio um bom preparo físico, psicológico e cultural. Já a “educação espartana” tinha como objetivo formar soldados robustos, valentes e capazes para as atividades bélicas. Na Idade Média, o processo educativo esteve intrinsecamente associado à busca pelo Sagrado. Com as revoluções industriais surge a formação tecnicista, voltada para preparação de mão-de-obra útil ao capitalismo. A partir da última década do século 20, a educação passou a ser orientada em grande parte do planeta (incluindo o Brasil) segundo critérios de qualidade propostos por organismos internacionais, norteados por perspectivas e princípios do neoliberalismo como “produtividade”, “competitividade”, “individualidade”, “meritocracia” e “utilitarismo”. Diante dessa realidade, e levando em consideração que a educação é uma prática social demasiadamente complexa, com múltiplas determinações, o presente trabalho apresenta três objetivos: 1) abordar os impactos político-pedagógicos da inserção dos preceitos neoliberais na educação, com foco na escola e na sala de aula; 2) apontar argumentos que corroborem a ineficiência da aplicação de critérios de qualidade da educação orientados por resultados de avaliações externas e 3) entender como a complexidade do fenômeno educativo pode ser estudada nas ações investigativas sobre a educação.